APRENDIZAGEM COLABORATIVA E COMUNIDADES DE APRENDIZAGEM
Quando
nos referimos à aprendizagem colaborativa, surge à ideia de uma aprendizagem
que se constrói a partir de um trabalho em grupo. Irala e Torres (2004)
corroboram essa concepção, pois para eles a aprendizagem colaborativa está
relacionada ao conceito de aprender e trabalhar em grupo, o que não é novidade
na EAD, porque há séculos já se trabalha em grupo com sistema de colaboração.
Desse modo,
segundo Irala e Torres (2004):
Na
década de 1970, por exemplo, houve muita produção na área da aprendizagem
cooperativa e colaborativa. Mas somente na década de 1990 esse tipo de
aprendizagem ganhou popularidade entre os professores do Ensino Superior e,
como exemplo disso, autores como David, Roger Johnson e Karl Smith adaptaram a
aprendizagem cooperativa para a sala de aula das faculdades e escreveram um
livro chamado Aprendizagem Ativa: Cooperação na Sala de Aula Universitária
(IRALA; TORRES, 2004, p. 5).
Araújo
e Queiroz (2004) caracterizam a aprendizagem colaborativa como uma estratégia
de ensino e aprendizagem, na qual a aprendizagem colaborativa é compreendida
como um processo em que os membros do grupo ajudam uns aos outros para atingir
um objetivo acordado. Camposet al (2003,
p. 26) entendem que essa aprendizagem como “(...) uma proposta pedagógica na
qual estudantes ajudam-se no processo de aprendizagem, atuando como parceiros
entre si e com o professor, com o objetivo de adquirir conhecimento sobre um
dado objeto.”
Alcântara
et al afirmam:
A aprendizagem
colaborativa é um processo de reaculturação que ajuda os estudantes a se
tornarem membro de comunidades de conhecimento cuja propriedade comum é
diferente daquelas comunidades a que já pertence. Assume, portanto, que o
conhecimento é socialmente construído e que a aprendizagem é um processo
sociolinguístico (ALCÂNTRA etal., s/d, apudSIQUEIRA, 2003, p.23).
Cada
autor, a sua maneira, caracteriza e define a aprendizagem colaborativa, mas fica
evidente que todos a entendem como uma forma de construção em conjunto entre
membros do grupo que têm o intuito de atingir determinado objetivo. Fica claro
também que a interação e a troca entre os sujeitos é base da construção dessa
aprendizagem podendo garantir, assim, a integração de alunos, professores e
tutores na educação a distância online.
Behrens
(2002, p.68)) apresenta os quatro pilares da aprendizagem colaborativa, corroborando as ideias de
Jacques Delors, de maneira que professores e alunos possam: aprender a conhecer (relacionado ao prazer em
descobrir, ter curiosidade); aprender a
fazer, aprender a viver juntos (que diz
respeito ao aprender a
compreender o outro) e aprender a ser. Cabe à escola e, principalmente,
ao professor tornar possível o desenvolvimento desses pilares.
A
partir das ideias da Behrens (2002), para que se trabalhe de maneira
colaborativa com os discentes, é preciso que se tenha como referência uma
prática embasada num paradigma emergente, numa aliança entre os pressupostos da visão holística (na busca de
superar a fragmentação do conhecimento,
vendo o aluno como um ser holístico), da abordagem progressista (que visa à transformação social
pelo diálogo) e do ensino com pesquisa
(em que professores e alunos produzam seus conhecimentos com criticidade), aliando a tudo isso a
tecnologia inovadora como um recurso
auxiliar para a aprendizagem.
Segundo
Varella et al (2002), acredita-se que, aliada à aprendizagem colaborativa, a
tecnologia possa potencializar as situações em que professores , tutores e
alunos pesquisem, discutam e construam individual e coletivamente seus
conhecimentos.
A
tecnologia que está mais próxima atualmente é o computador podendo ser uma
ferramenta muito útil para a aprendizagem colaborativa, porque pode servir para
a organização de diversas atividades e ser um meio para que os alunos colaborem
uns com os outros nas atividades de grupo. Cabem aos sujeitos envolvidos
saberem utilizar essa ferramenta e utilizar da melhor forma possível as informações
da internet para que no processo de aprendizagem exista de forma significativa
a possibilidade da comunicação e cooperação entre os indivíduos.
È
importante salientar, também, que a aprendizagem colaborativa precisa ser
planejada e facilitada, uma vez que, planejando, os objetivos ficam mais
evidentes para que possam ser alcançados.
O
professor precisa estar formado e preparado para lidar com as diferentes
situações que podem surgir. Em todas elas ele tem de atuar como facilitador e
como um mediador, garantindo a construção do conhecimento para o grupo
colaborativo. Portanto, os professores na educação a distância online, ao
trabalharem com a aprendizagem colaborativa, estarão atendendo, na prática, às
exigências da educação para o século XXI, pautada nos quatro pilares: aprender
a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a viver juntos.
BEHRENS, Marilda
Aparecida. Projetos de aprendizagem colaborativa num paradigma emergente. In: MORAN, J. M. Novas tecnologias e mediação
pedagógica. São Paulo: Papirus, 2002, -. 11- 60
IRALA, Esrom Adriano Freitas; TORRES,
Patrícia Lupion. O uso do AMANDA como
ferramenta de apoio a uma proposta de aprendizagem colaborativa para a língua inglesa. 2004. Disponível em:
<http://www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/172-TC-D4.htm>.Acesso em: 6
ago. 2012
LANDIM, Cláudia Maria das Mercês Paes
Ferreira. Educação à distância: algumas
considerações. Rio de Janeiro: s.n.1997.
RUMBLE, Greville. A
gestão dos sistemas de ensino a distância. Brasília: UnB: UNESCO, 2003.
SARTORI, Ademilde;
ROESLER, Jucimara. Redação de textos para EAD: do impresso ao on-line In:
______. Educação superior
a distância: gestão da aprendizagem e da produção de materiais didáticos impressos e on-line.
Tubarão: Unisul, 2005.
SIQUEIRA, Lilia Maria Marques.
Ametodologia de aprendizagem colaborativa. Dissertação de
Mestrado, 2003.
Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Programa Pós-Graduação Eletricidade
no Curso de Engenharia Elétrica.
VARELLA, Péricles Gomes
et al. Aprendizagem colaborativa em ambientes virtuais de aprendizagem: a
experiência inédita da PUC-PR. revista Diálogo Educacional – v. 3, nº 6, p.
11-27, maio/
ago., 2002.
De que forma a utilização de um
ambiente virtual pode contribuir para uma melhoria na aprendizagem
colaborativa?
A
partir das ideias da Behrens (2002), para que se trabalhe de maneira
colaborativa com os discentes, o que é preciso que se tenha como referência ?