domingo, 18 de novembro de 2012

APRENDIZAGEM COLABORATIVA E COMUNIDADES DE APRENDIZAGEM

Quando nos referimos à aprendizagem colaborativa, surge à ideia de uma aprendizagem que se constrói a partir de um trabalho em grupo. Irala e Torres (2004) corroboram essa concepção, pois para eles a aprendizagem colaborativa está relacionada ao conceito de aprender e trabalhar em grupo, o que não é novidade na EAD, porque há séculos já se trabalha em grupo com sistema de colaboração.
Desse modo, segundo Irala e Torres (2004):
Na década de 1970, por exemplo, houve muita produção na área da aprendizagem cooperativa e colaborativa. Mas somente na década de 1990 esse tipo de aprendizagem ganhou popularidade entre os professores do Ensino Superior e, como exemplo disso, autores como David, Roger Johnson e Karl Smith adaptaram a aprendizagem cooperativa para a sala de aula das faculdades e escreveram um livro chamado Aprendizagem Ativa: Cooperação na Sala de Aula Universitária (IRALA; TORRES, 2004, p. 5).

Araújo e Queiroz (2004) caracterizam a aprendizagem colaborativa como uma estratégia de ensino e aprendizagem, na qual a aprendizagem colaborativa é compreendida como um processo em que os membros do grupo ajudam uns aos outros para atingir um objetivo acordado.  Camposet al (2003, p. 26) entendem que essa aprendizagem como “(...) uma proposta pedagógica na qual estudantes ajudam-se no processo de aprendizagem, atuando como parceiros entre si e  com o professor, com o  objetivo de adquirir conhecimento sobre um dado objeto.” 
Alcântara et al afirmam:

A aprendizagem colaborativa é um processo de reaculturação que ajuda os estudantes a se tornarem membro de comunidades de conhecimento cuja propriedade comum é diferente daquelas comunidades a que já pertence. Assume, portanto, que o conhecimento é socialmente construído e que a aprendizagem é um processo sociolinguístico (ALCÂNTRA etal., s/d, apudSIQUEIRA, 2003, p.23).


Cada autor, a sua maneira, caracteriza e define a aprendizagem colaborativa, mas fica evidente que todos a entendem como uma forma de construção em conjunto entre membros do grupo que têm o intuito de atingir determinado objetivo. Fica claro também que a interação e a troca entre os sujeitos é base da construção dessa aprendizagem podendo garantir, assim, a integração de alunos, professores e tutores na educação a distância online.
Behrens (2002, p.68)) apresenta os quatro pilares da aprendizagem  colaborativa, corroborando as ideias de Jacques Delors, de maneira que professores e alunos possam:  aprender a conhecer (relacionado ao prazer em descobrir, ter curiosidade);  aprender a fazer, aprender a viver juntos (que diz  respeito ao aprender a  compreender o outro) e aprender a ser. Cabe à escola e, principalmente, ao professor tornar possível o desenvolvimento desses pilares. 
A partir das ideias da Behrens (2002), para que se trabalhe de maneira colaborativa com os discentes, é preciso que se tenha como referência uma prática embasada num paradigma emergente, numa aliança entre os  pressupostos da visão holística (na busca de superar a fragmentação do  conhecimento, vendo o aluno como um ser holístico), da abordagem  progressista (que visa à transformação social pelo diálogo) e do ensino com  pesquisa (em que professores e alunos produzam seus conhecimentos com  criticidade), aliando a tudo isso a tecnologia inovadora como um recurso  auxiliar para a aprendizagem. 
Segundo Varella et al (2002), acredita-se que, aliada à aprendizagem colaborativa, a tecnologia possa potencializar as situações em que professores , tutores e alunos pesquisem, discutam e construam individual e coletivamente seus conhecimentos.
A tecnologia que está mais próxima atualmente é o computador podendo ser uma ferramenta muito útil para a aprendizagem colaborativa, porque pode servir para a organização de diversas atividades e ser um meio para que os alunos colaborem uns com os outros nas atividades de grupo. Cabem aos sujeitos envolvidos saberem utilizar essa ferramenta e utilizar da melhor forma possível as informações da internet para que no processo de aprendizagem exista de forma significativa a possibilidade da comunicação e cooperação entre os indivíduos. 
È importante salientar, também, que a aprendizagem colaborativa precisa ser planejada e facilitada, uma vez que, planejando, os objetivos ficam mais evidentes para que possam ser alcançados.
O professor precisa estar formado e preparado para lidar com as diferentes situações que podem surgir. Em todas elas ele tem de atuar como facilitador e como um mediador, garantindo a construção do conhecimento para o grupo colaborativo. Portanto, os professores na educação a distância online, ao trabalharem com a aprendizagem colaborativa, estarão atendendo, na prática, às exigências da educação para o século XXI, pautada nos quatro pilares: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a viver  juntos. 


BEHRENS, Marilda Aparecida. Projetos de aprendizagem colaborativa num  paradigma emergente.  In: MORAN, J. M. Novas tecnologias e mediação pedagógica. São Paulo: Papirus, 2002, -. 11- 60

IRALA, Esrom Adriano Freitas; TORRES, Patrícia Lupion. O uso do AMANDA  como ferramenta de apoio a uma proposta de aprendizagem colaborativa para  a língua inglesa. 2004. Disponível em: <http://www.abed.org.br/congresso2004/por/htm/172-TC-D4.htm>.Acesso em: 6 ago. 2012

LANDIM, Cláudia Maria das Mercês Paes Ferreira.  Educação à distância: algumas considerações. Rio de Janeiro: s.n.1997.

RUMBLE, Greville. A gestão dos sistemas de ensino a distância. Brasília: UnB: UNESCO, 2003.
SARTORI, Ademilde; ROESLER, Jucimara. Redação de textos para EAD: do impresso ao on-line In:
______. Educação superior a distância: gestão da aprendizagem e da produção de  materiais didáticos impressos e on-line. Tubarão: Unisul, 2005.

SIQUEIRA, Lilia Maria Marques. Ametodologia de aprendizagem colaborativa. Dissertação de 
Mestrado, 2003. Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Programa Pós-Graduação Eletricidade no Curso de Engenharia Elétrica.
VARELLA, Péricles Gomes et al. Aprendizagem colaborativa em ambientes virtuais de aprendizagem: a experiência inédita da PUC-PR. revista Diálogo Educacional – v. 3, nº 6, p. 11-27, maio/
ago., 2002.

 De que forma a utilização de um ambiente virtual pode contribuir para uma melhoria na aprendizagem colaborativa?

A partir das ideias da Behrens (2002), para que se trabalhe de maneira colaborativa com os discentes, o que é preciso que se tenha como referência ? 

Atividade Unidade  2  – Didática e Metodologia do Ensino Superior para a Educação à Distância

PLANO DE ENSINO
CURSO    
UNIDADE
Pedagogia
Centro de Educação à Distância - CEAD
DISCIPLINA
PROFESSORA
Didática I
Sônia Maria Oliveira
ANO
MÓDULO
PERÍODO
CARGA HORÁRIA TOTAL
2012
03
03/04 a 03/06/12
80h/a

EMENTA
Análise histórica e conceitual da EAD.
Componentes e Recursos da EAD.
Política e legislação brasileira de EAD.
A arte de estudar a distância.
OBJETIVOS
Gerais

Repensar a prática educativa, identificando possíveis contribuições da Tecnologia Educacional, aplicando os recursos da tecnologia disponíveis, tendo como pressuposto a relação dinâmica e interativa dessa atividade e prol da qualidade do processo ensino e aprendizagem.


Específicos

Reconhecer a importância das Tecnologias Educacionais para a formação do indivíduo;
Utilizá-la em prol do desenvolvimento e formação sócio cultural do cidadão inserido no mundo globalizado;
Conhecer e utilizar os recursos oferecidos pelas TIC no ensino aprendizagem;
Orientar na escolha dos recursos assim como conhecer sua aplicabilidade nas atividades pedagógicas;
Integrar as TICs às diferentes áreas do conhecimento.




CONTEÚDO PROGRAMÁTICO

Unidade 1
Visão Histórica da Educação a Distância
     1.1- O que é a EAD?
     1.2- EAD no Brasil

Unidade 2
Teoria e Prática Tutorial em EAD
     
     2.1- A Cultura Docente da Educação a Distância

     2.2- O Professor Tutor e a Tutoria

     2.3- Desenvolvimento da Ação Tutorial

     2.4- Programação da Ação Tutorial

Unidade 3
Planejamento em Educação a Distância

3.1-  O Planejamento em Educação a Distância
3.2-  O papel do Planejamento
3.3-  A Concepção do Curso
3.4-  O tratamento Pedagógico
3.5-  O processo de Avaliação

Unidade 4
 Componentes e Recursos da EaD

4.1- O Material Didático

4.2- O uso de Tecnologias na EAD

4.3- Usos Pedagógicos do Material Didático e das Mídias em EaD


Unidade 5

Política e Legislação Brasileira de EAD







METODOLOGIA DE ENSINO

A disciplina dar-se-á de forma dialógica, com atividades à distância, na sala de aula virtual.
Para construção do conhecimento o cursista deve atuar no Ambiente Virtual de Aprendizagem - “Virtualmontes”, no qual terá momentos de ação/reflexão/ação. Assim, todos os partícipes da sala virtual terão atuação intensiva com interação entre cursista/professor, cursista/tutor, tutor/cursista, tutor/tutor, professor/tutor, etc.

Todas as atividades propostas no caderno didático deverão ser elaboradas, o fórum de discussão das atividades ficará aberto durante todo o estudo.

 As atividades incluirão:

- Leitura de textos disponibilizados.
- Participação nos Fóruns de discussão.
- Envio de atividades no Ambiente Virtual de Aprendizagem.

RECURSOS DIDÁTICOS

Caderno Didático – Módulo 03

Computador conectado à Internet.

          Plataforma Moodle.

           Livros, revistas e textos complementares.         







PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO


Aspecto a ser avaliado:
·               Domínio do conteúdo abordado na disciplina.

Instrumentos de avaliação:
·               Atividade da Unidade 1 do Caderno Didático.
·               Atividade da Unidade 2 do Caderno Didático.
·               Participação nos fóruns.

BIBLIOGRAFIA BÁSICA
BRASIL. Lei nº 9394, de 20 de dezembro de 1996.
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Secretaria de Educação a Distância. Projeto TV Escola. Disponível em http://www.mec.gov.br/seed/tvescola.shtm


MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA. Secretaria de Educação a Distância. Projeto PROFORMAÇÃO. Disponível em http://www.proform/default.shtm ARNOLD, Stela BeatrisTôrres.


Planejamento em educação à distância. In: GIUSTA, A. da S.;
FRANCO,I. M. (org.) Educação à distância: uma articulação entre teoria e prática. Belo Horizonte:PUC Minas Virtual, 2003. P.177-200.

SILVA, Eurides Brito da (Org.). A educação básica Pós LDB. São Paulo: Pioneira Educação, 1998.


BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR


BARROS, D.M.V. Educação à distância e o universo do trabalho. Bauru: EDUSC, 2003.

CITELLI, Adilson (coord.).
Outras linguagens na escola: publicidade, cinema e TV, rádio, jogos, informática. São Paulo: Cortez, 2000.Coleção Aprender e ensinar com textos; v.6